Receita de amor e informação
Reportagem de capa do Jornal Zero Hora
03 de julho de 2010 | N° 16385
Elaine e Arnaldo Beck |
A hepatite C entrou na vida de Elaine Beck (acima), 57 anos, sem avisar. A dona de casa foi contaminada quando recebeu uma transfusão de sangue em 1972, no parto da primeira filha.
– Tive hemorragia no pré-parto, e recebi sangue contaminado. Naquela época não se tinha muito conhecimento sobre o vírus – lembra Elaine.
O diagnóstico correto, entretanto, só veio há 11 anos, quando Elaine teve febre alta durante três dias e foi internada com cirrose em um grau avançado. Com o esclarecimento dos sintomas, sucessivos novos problemas de saúde começaram a aparecer e outros foram explicados, como pressão alta, diabetes e até câncer. Diante do sofrimento da mulher, o marido de Elaine, o eletricista Arnaldo Beck, 62 anos, não se intimou.
Em busca de informações e, mais do que isso, num misto de amor e desespero, como ele mesmo diz, fundou o Grupo Força e Vida, uma ONG que reúne portadores da hepatite C na Capital.
– Estávamos perdidos, e tinha toda a questão da burocracia que envolve o tratamento com medicamentos, os efeitos colaterais. Ter um suporte foi essencial para nós.
O grupo, que se reúne mensalmente, recebe pessoas com o diagnóstico da doença que não sabem a quem recorrer. A ajuda e o conforto chegam por meio das informações trocadas numa rede de contatos via internet e pela amizade que fica.
É preciso saber como lidar com a dor
Quando fica sabendo que está muito doente, o paciente crônico é obrigado a lidar com a dor, e muitas vezes não está preparado. A ideia de que a morte pode estar próxima exige passar por fases, que podem ser explicadas pelo estudo dos processos de luto. Criados pelo psicanalista inglês John Bowlby, esses estágios são os seguintes:
O primeiro deles é o choque, o entorpecimento, uma certa dificuldade em acreditar plenamente no que está acontecendo ou na imensidão da perda sofrida.
A fase seguinte é a da raiva, é como se o choque provocado pela notícia fatal desse origem a uma onda de indignação.
O terceiro estágio é a depressão, a inação quando a enormidade do fato traumático é finalmente compreendida.
A quarta e última etapa é a da retomada. Nesse estágio, o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. Ocorre uma redefinição de si mesmo, novos papéis, novos comportamentos.
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GRUPO FORÇA E VIDA DE APOIO A PORTADORES DE HEPATITE C - Porto Alegre/RS TEL. (51) 9985-2959 grupoforcaevida@ig.com.br
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